Comparação anatómica das técnicas de ablação por radiofrequência para a dor nas articulações sacroilíacas

Objetivo: Comparar a percentagem de artérias sacrais laterais (LBs, sacral lateral branches) que seriam abrangidas se as lesões fossem tratadas com as atuais técnicas de ablação por radiofrequência (RFA) da articulação sacroilíaca (SIJ, Sacroiliac Joint): três monopolares e quatro bipolares.

Conceção: Estudo de fluoroscopia em cadáver

Objeto do estudo: Quarenta articulações sacroilíacas (SIJ) de cadáver.

Métodos: Para expor as LBs, foram suturados fios radiopacos e obtiveram-se imagens fluoroscópicas ântero-posteriores (AP) através da placa superior de S1. Foram utilizadas imagens fluoroscópicas para definir anatomicamente as 17 versões das 7 atuais técnicas de RFA das LBs de SIJ. Procedeu-se à comparação destas 17 versões: 1) percentagem de LBs que seriam lesionadas; 2) percentagem de amostras de SIJ nas quais 100% das LBs seriam lesionadas; e 3) percentagem de LBs que não seriam lesionadas em cada nível (S1-S4).

Resultados: Tanto a média de LBs como as taxas destas que foram cem porcento lesionadas foram maiores para técnicas (93,4-99,7% e 62,5-97,5%, respetivamente) bipolares do que para as técnicas monopolares (49,6-99,1% e 2,5-92,5%, respetivamente) avaliadas. No caso das técnicas bipolares, 1,5-29,2% das LBs não seriam lesionadas em S1 e 0% destas em S2-S4 contra 0-29,2% em S1-S4 no caso das técnicas monopolares arrefecidas contra 36,9-100% em S1-S4 para as técnicas monopolares convencionais.

Conclusões: Os resultados obtidos sugerem que, na eventualidade de ocorrência de lesões, o local de colocação das cânulas para a RFA das técnicas bipolares avaliadas deveria ser capaz de capturar todas as LBs, mas as realizadas com as atuais técnicas monopolares avaliadas poderiam não ser. Seriam necessários mais estudos de imagem in vivo para comparar a morfologia da lesão gerada pelas diferentes técnicas de RFA para SIJ e correlacionar as descobertas com os resultados clínicos.

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