Tudo o que deve saber sobre a dor
Sentir dor no corpo, pode impactar a sua rotina diária. Aproximadamente dois terços das pessoas que afirmam ter dor, essa impede-as de desfrutar do seu dia a dia. Conheça em primeira mão o que é a dor, os tipos de dor que existem e os tratamentos.
O que é a dor?
A dor é uma sensação incómoda que limita a habilidade e a capacidade das pessoas para realizar atividades quotidianas. Atua como um sinal inicial de advertência de que algo não está a funcionar bem no organismo. A definição de dor que reúne mais consenso na atualidade é a da Associação Internacional para o Estudo da Dor: “é uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a um dano tecidular, real ou potencial, ou descrita em termos de dito dano”.
Classificação da dor
- De acordo com a sua duração:
- Aguda: A dor aguda é a resposta fisiológica normal e previsível a um estímulo nocivo (doloroso). Está claramente localizada e a sua intensidade correlaciona-se com o estímulo. Um exemplo de dor aguda, é o que sentimos quando nos picamos com uma agulha. A tendência natural do organismo é retirar a mão, é essa dor que indica assinala que algo mau está a acontecer e o organismo reage. Contrariamente à dor crónica, a dor aguda tem uma duração limitada e desaparece quando a lesão desaparece ou se cura. A dor aguda tem uma função protetora de aviso: indica a ocorrência de uma lesão e impede que essa lesão se agrave desencadeando reações para o evitar.
- Crónica: A dor crónica é diferente. Pode durar semanas, meses ou até anos. A causa original poderá ter sido uma lesão ou infeção. Pode haver uma causa contínua para a dor devido a doença, como a artrite, o cancro ou a diabetes ou inclusive devido a uma lesão não resolvida: hérnia discal, rutura de ligamentos ou ossos. Os fatores psicológicos ou emocionais também assumem um papel fundamental, que normalmente intensificam a dor primária causada por alguns transtornos como: cefaleia crónica, fibromialgia, etc.
- De acordo com a sua patogenia:
- Neuropática: É causada pelo estímulo direto do sistema nervoso central ou pela lesão de vias nervosas periféricas. Descreve-se como lancinante, ardente, acompanhada de parestesias (sensações anormais como arrepios, frio ou calor) e disestesias (extrapolação ou minimização de uma sensação dolorosa), hiperalgesia (aumento da sensibilidade à dor), hiperestesia e alodinia (perceção dolorosa de um estímulo não doloroso). São exemplos de dor neuropática a lesão do plexo braquial ou lombossacral pós-irradiação, a neuropatia periférica pós-quimioterapia e/ou pós-radioterapia e a compressão medular
- Nociceptiva: Este tipo de dor é o mais frequente, a causada por um estímulo doloroso sobre os nociceptores e divide-se em somática e visceral que detalharemos de seguida.
- Psicogénica: Intervém o ambiente psicossocial que rodeia o indivíduo. É típica a necessidade de um aumento constante das doses de analgésicos com escassa eficácia.
- De acordo com a sua localização:
- Somática: É provocada pela excitação anormal de nociceptores somáticos superficiais ou profundos (pele, tecido musculoesquelético, vasos, etc). É uma dor localizada, lancinante e que se irradia seguindo os trajetos nervosos. A mais frequente é a dor óssea causada por metástases ósseas. O tratamento deve incluir um anti-inflamatório não esteroides (AINE).
- Visceral: causada pela excitação anormal de nociceptores viscerais. Esta dor é difícil de localizar, é contínua e profunda. Também, pode irradiar para zonas afastadas do local onde teve origem. Frequentemente está acompanhada de sintomas neurovegetativos. São exemplos de dor visceral as dores do tipo cólicas, metástases hepáticas e cancro pancreático. Esta dor responde bem ao tratamento com opioides.
Objetivo da Unidade da Dor da Cardiva
O portfólio desta unidade engloba todos os produtos disponíveis para abordar o tratamento da dor a partir de uma perspetiva minimamente intervencionista. Nele encontram-se os dispositivos que a Cardiva pode oferecer aos profissionais de saúde para a realização das técnicas mais habituais aplicadas no tratamento da dor.
O objetivo da Unidade é suprir com uma variada gama de dispositivos, equipamentos e material descartável as Unidades da Dor, geralmente dependentes dos Serviços de Anestesia, de modo a que se possam levar a cabo os tratamentos clássicos que se realizam numa Unidade da Dor, mas também os tratamentos mais inovadores.
Tratamento da dor
O tratamento da dor consiste no conjunto de meios de qualquer tipo (higiénicos, farmacológicos, cirúrgicos e/ou físicos), cuja finalidade é a cura ou o alívio (atenuação) deste sintoma. A sua importância radica no facto de a dor ser um dos distúrbios que mais afeta e preocupa as pessoas e é o sintoma que com maior frequência motiva uma consulta médica.
Por norma, a dor aguda manifesta-se de repente e indica que o organismo sofreu uma lesão. Uma vez curada a lesão, a dor deveria desaparecer. A dor crónica é mais prolongada do que a aguda e, às vezes, não responde aos tratamentos convencionais. Normalmente está associada a doenças crónicas, e contrariamente ao que acontece na dor aguda, a dor crónica costuma estar relacionada com disfunções ou doenças persistentes. O leque de tratamentos para a dor é muito amplo devido a todos os fatores que intervêm em cada caso.
Antes de recorrer a um medicamento sem receita para aliviar a dor, como géis por via tópica ou comprimidos, é recomendável que se tente compreender o que está na origem da dor e qual a melhor forma de geri-la. Em caso de dúvida, consulte o seu médico ou farmacêutico. Deve ter-se em conta que unicamente o médico poderá fazer um diagnóstico objetivo sobre a sua dor, e que nem todas as dores podem ser tratadas com medicamentos sem receita.